A Escola

A Escola de Formação na Pedagogia Griô, tem o objetivo de formar facilitadoras(es) dos rituais de vínculo e aprendizagem como educadoras(es) griôs e griôs aprendizes comprometidas(os) com uma educação comunitária, com a identidade, ancestralidade e direito de celebração da vida do povo brasileiro, bem como reconhecimento do lugar social, político, cultural e econômico das mestras e mestres griôs na educação

Objetivo

Além do trabalho de formação e base comunitária, a Escola tem o objetivo de dialogar com desenvolvimento científico, tecnológico, artístico e cultural, interagindo a tradição oral e ensino formal, em parceria com pontos de cultura, ongs, associações, grupos culturais, escolas, universidades, institutos e centros de pesquisa.

 

 

História

Desde 1998, Líllian Pacheco e Márcio Caires (Márcio Griô), como educadores sociais, interioranos e nordestinos, vem criando e coordenando projetos de educação e tradição oral em associações, escolas e universidades públicas, primeiramente em Lençóis com a associação e ponto de cultura Grãos de Luz e Griô, do qual foram fundadores e contaram com o apoio financeiro da Secretaria Municipal de Educação, Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, OnG Amigos  Europeus, ABC Trust, Actionaid e TDH.

Na Chapada Diamantina com o projeto Trilhas Griô de educação, tradição oral e turismo comunitário, desde 2007, do qual foram idealizadores e coordenadores com a parceria da Secretaria de Trabalho e Renda da Bahia, MTUR e IPHAN; mais tarde no Brasil com o projeto Ação Griô Nacional – 2006 a 2011, em parceria com o Ministério da Cultura, no qual foram idealizadores e coordenadores, realizando oficinas, aulas, caminhadas, aulas espetáculos, trilhas e outras práticas da pedagogia griô envolvendo 750 mestras e mestres griôs bolsistas no Brasil; e o Projeto Ação Griô Bahia, desde 2010, ainda em andamento, em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Ainda em 2008, a pedagogia griô foi reconhecida como tecnologia social pela fundação Banco do Brasil.

 

A partir da experiência prática e metodológica de formação e trocas de experiência com 10 mil educadoras e educadores, griôs aprendizes, mestras e mestres griôs, gestoras(es) públicos de 600 entidades de educação e cultura desses projetos, foi criada a sistematização da Pedagogia Griô, ver livro “Pedagogia Griô: a reinvenção da roda da vida” (Líllian Pacheco, 2006) e Nação Griô: o parto mítico da identidade do povo brasileiro (Org. Líllian Pacheco e Márcio Caires, 2009), que contaram com a assessoria pedagógica das educadoras Fátima Freire ( Educação que Marca o Corpo), Ruth Cavalcante (Educação Biocêntrica) e Vanda Machado (Educação para as Relações Étnico Raciais Positivas). A Pedagogia Griô também participou como metodologia referência em livro da rede de organizações e pontos de cultura da America Latina.

Em 2007, Márcio Griô, que foi iniciado em sua caminhada na tradição oral de raízes africanas e indígenas na Bahia e no Brasil, foi à África conviver e ser iniciado por Dieli Mori Diabaté e Mah Kouyaté, casal de griôs da aldeia de Kitá no Mali e sua família tradicional que reúne as linhagens Diabaté e Kouyaté.  Em 2012, foi realizado o curso de extensão na Pedagogia Griô no Núcleo Divérsitas da Escola de Comunicação da USP e lançado uma revista reconhecida nacionalmente com artigos de pessoas que estudaram a Pedagogia Griô (http://diversitas.fflch.usp.br/node/3661). O curso, a revista e os livros se tornaram referências nacionais para teses de doutorado, mestrados e trabalhos de TCCs, além de terem influenciado em mudanças pedagógicas profundas dos cursos do Núcleo Divérsitas da USP, no que diz respeito ao lugar da tradição oral dos povos brasileiros na ciência da educomunicação.

Os cursos de extensão e palestras em semanas pedagógicas se ampliaram para outras universidades, como UFRJ, UFRGS, UFTO, UFBA, UNICAMP, UNESP e UFPB, IFDF, IFBA, UEFS, UNEB. Entre 2009 e 2016, foi realizada a parceria com a UFBA-Faculdade de Educação por meio do projeto Ação Griô Bahia e curso de extensão introdutório da Pedagogia Griô, o que influenciou a criação do Grupo de Pesquisa Griô e o Seminário Griô por professores doutores e alunos da FACED, além de pesquisas de TCC, mestrado e doutorado sobre a Pedagogia Griô e Ação Griô Nacional.

A Pedagogia Griô foi publicada em matérias e artigos em jornais, revistas e programas de TV de cobertura nacional, a exemplo de Jornal A Tarde, Diário de Pernambuco, Folha de São Paulo, Estadão, Revista Presente, Revista de Tecnologias Sociais, Revista Raiz e outras. Foi apresentada internacionalmente, entre 2005 e 2008, no Encontro de educadores públicos comunitários do Município de Narón, Galícia (Espanha), em encontros nacionais de Educação e Cultura no Uruguai e Venezuela. Em 2014, foram realizadas uma série de oficinas da Pedagogia Griô no Encontro Cultura Viva Comunitária, em La Paz, Bolivia. Em 2015/2016 na Conferência Nacional de Cultura do Peru, em Lima e no encontro da Rede Cultura Viva Comunitária em Medellin, Colômbia, foram realizadas oficinas em bibliotecas e escolas públicas. A ANCINE convidou a autora da Pedagogia Griô para a criação dos critérios de editais e produções de educomunicação para crianças em 200 TVs Públicas e TVs Comunitárias no Brasil.

Entre 2015 e 2016, novamente foi sistematizada a Pedagogia Griô em apostilas para um curso completo com parcerias históricas de griôs aprendizes e mestras(es) griôs, para fundar a Escola de Formação na Pedagogia Griô como um coletivo de educação. O primeiro site da escola foi lançado em 2016, o qual foi atualizado em fevereiro de 2018. O facebook Pedagogia Griô foi criado em outubro de 2016 e, atualmente, conta com mais de 9 mil seguidores, publicando em média dois trabalhos e relatos semanais de autoria de educadoras(es) griôs que atuam com a Pedagogia Griô, bem como divulgação de cursos e atividades que estão acontecendo no Brasil.

O curso completo na Pedagogia Griô começou com carga horária de 100 horas em Brasília em 2016, com o apoio da UNB e de coletivos locais, como a Casa Moringa, envolvendo 20 educadoras(es) de 20 ONGs, grupos culturais, escolas e universidades públicas. No ano seguinte, o curso foi ampliado para 200 horas em 5 estados – RJ, SE, SP, RS, BA envolvendo 330 educadoras e educadores inscritas no site, com o apoio da USP, UFRGS, UFBA, Instituto José Bonifácio RJ e coletivos como Nzinga Capoeira Angola SP e Escola Comunitária Jataí SE.

Em 2017 e 2018, foi lançado um curso da Pedagogia Griô em parceria com a EMBRAPA para formar 30 educomunicadores e técnicos de agroecologia que atuaram em 5 territórios do Nordeste envolvendo 150 jovens rurais no âmbito do projeto PedagroEco. Os resultados desses projetos foram sistematizados num livro.

Em 2019, a Escola de Formação na Pedagogia Griô foi convidada para realizar a assessoria metodológica do XI Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), na Universidade Federal de Sergipe em parceria com a EMBRAPA, MPA e outros órgãos. E recebeu a aprovação do projeto de pósgraduação em Pedagogia Griô, no Núcleo Diversitas USP.